segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Songo

Este findi fomos para Songo, conhecer Cahora Bassa.

Hidrelétrica
Saímos sábado a tarde, pois como já disse anteriormente, o Paulo trabalha até 12h e a ponte está em reforma. Após um engarrafamento de uma hora sobre o Zambeze (lembra bem os da BR381...), conseguimos pegar a estrada para Songo, às 14h.

A paisagem dos 120 km até nosso destino era de muita pobreza, rios secos e muitas e muitas crianças. Fiquei impressionada como as pessoas aqui têm filhos... Acho que descobri o porque. Primeiro e óbvio, não existem anticoncepcionais e televisão nessas regiões. Segundo, não existe aposentadoria. Os pais apostam nos filhos para lhes dar uma velhice menos amarga. Então, quanto mais filhos mais chances de um futuro menos pior. Aqueles que têm um pouco mais de recursos investem na formação de seus rebentos e aguardam ansiosamente que eles tenham a sorte de um bom emprego para que possam ter o retorno do seu investimento.

O clima aqui está começando a mudar. Esquentando cada dia mais - apesar de eu já achar que não tem mais como piorar, porque tá calor, viu?!! . Acho que vamos mudar de estação. Sair do verão e entrar no inferno... (rsrsrsrsr) E fico pensando o que será dessas pessoas que vi no caminho até Cahora Bassa. Hoje elas já estão furando poços em busca de água e fazendo suas machambas no leito seco dos rios. E pelo que fiquei sabendo, só devem voltar a ver água caindo do céu no final de novembro, início de dezembro... Aqui, as pessoas morrem de fome e sede meeessssmmmooo.

A população que mora em Songo tem um pouco mais de sorte. A vila está a quase 800 metros de altitude. Não dá pra acreditam na mudança da temperatura e da vegetação. Tudo muito mais verde e pessoas com blusa de lã. Dá pra crer? Nunca esperei passar frio em Moçambique. Nem fui tão preparada pra isso...

Ficamos em um hotel de portugueses. Um lugar bem duas estrelas... Tinha uma piscina. Mas, acredito que nem num calor de 48 graus eu entraria. A cor da água era de um verde estranho, apesar de estar entupida de cloro. Juro que fiquei com receio. Ainda bem que o clima colaborou e não fez mais que 20 graus. Aproveitamos para tomar várias Laurentinas e comer muitas chamussas, curtindo um por do sol maravilhoso.


No dia seguinte, demoramos para conseguir chegar na repressa. E que lago!!!! Enorme, com vários braços.

Quando já estavamos com o barco a nossa espera (11h30), descobrimos que não veríamos os crocodilhos, pois a água já tinha subido de nível. Também estava ventando demais. Mas era tanto que fazia até onda no rio... Resultado: os hipopótamos se recusavam a sair... Só colocavam a cabeça de fora para pegar um ar e voltavam para a tranquilidade do fundo do rio...



O saldo final foi positivo. O passeio de 2h30 no barco foi muito agradável. O lago é realmente muito bonito. Vimos, em seu ambiente natural, alguns hipopótamos e descobrimos que no lodge do barco tem quartos fantásticos para hospedagem. Todos feitos em pedra. Bem charmosos. E é lá que ficaremos na próxima oportunidade.
Fotos do passeio em paulohorta.blogspot.com
Focinho do Hipo

4 comentários:

Aninha Catão disse...

Então me conte: Laurentina é uma marca de cerva??? E o que é essa coisa de nome chamussa que você comeu e parece que gostou??Rsrsrs... Bjs

Renata disse...

É sim, amiga! Uma cerveja ótima!!! Chamussa é tipo o nosso pastel. Só que bem mais gostoso... Tem de vários receios. Carne, frango, camarrão, etc. É frito e tem um formato triangular. é um quitute indiano. beijão

Vanessa Bernardo Blanch disse...

Rê, simplesmente adoro os seus textos!!!!!! Messsssmoooooo!!!!! Estou quase me sentindo em Moçambique...rssss...
Bjocas

Fernanda Flores disse...

Nossa, cinco anos depois, e eu me vejo teleportada para Moçambique através dos seus relatos.