Essa semana fomos a Maputo. Ah, Maputo!!
Como a gente passa a dar valor a coisas que antes eram comuns ou pequenas demais para nos importar ou então nos irritavam... Lá tenho prazer ao usar a internet, que não cai; em fazer supermercado, e são vários; passear pelo shopping; comer uma boa pizza; ver o mar; prédios... Enfim, essas coisinhas, que antes eram paisagem na minha vida, hoje adquiriam um tamanho...
No retorno a Tete, um moçambicano me buscou no aeroporto e viemos conversando sobre o calor que nos espera ainda este mês e em como as pessoas buscam se refrescar. Segundo ele, os crocodilos já estão fazendo a festa com as pessoas que insistem em pular no Zambeze nos dias quentes. Vários locais acreditam que fazendo um ritual eles estarão protegidos da fúria e fome desses animais. E entram tranquilamente no rio. Mesmo quando alguém é almoçado por um crocodilo na frente de uma multidão, não passam 10 minutos para um corajoso ir se aventurar no mesmo local.
Eles também possuem uma crença de que o crocodilo é enviado por uma entidade, não cheguei a entender qual. Dessa forma, em um grupo de pessoas, ele só vai comer o indivíduo que estava marcado pelo ser espiritual... Como ninguém acha que está devendo nada pro além, então não tem perigo entrar na água, não é?
Outro dia uma empresa conseguiu uma licença para caçar 500 crocodilos. O boato que corre por ai é que, depois disso, a caça do crocodilo ao homem aumentou. É a vingança animal. Melhor não duvidar...
Essa mesma pessoa me contou que os hipopótamos também são um problema para as pessoas que estão às margens do Zambeze. Elas são como os ribeirinhos no Brasil. Construíram suas casas bem próximas ao rio. Não sei se tem ciência nisso, mas ele disse que quando os hipos ficam idosos não conseguem mais passar tanto tempo dentro da água e precisam sair com mais freqüência do rio e ficar em terra firme. E, é nessa hora que o conflito acontece. Eles saem do rio destruindo as machambas mais próximas, quebrando as canoas, varas de pesca e tudo que estiver ao redor. Quando isso acontece com freqüência, um departamento, como se fosse nossa sec de meio ambiente é chamado e, muitas vezes, o animal é sacrificado.
É igual em todo lugar, né? Nós invadimos o espaço do bicho e no final ele sempre se dá mal...
Um grande problema
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Um grande problema é que aprendemos a usar as palavras como se tivessem
vida por elas-mesmas. Quer dizer, aprendemos que o bom e o mau existem em
si-mesmo...
Há 5 anos
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