segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Domingo especial

Domingo fizemos uma expedição para o outro lado da ponte.


Estamos hospedados no centro da Cidade de Tete. Quando atravessamos a ponte, chegamos a outros bairros e no distrito de Moatize, que é onde o Paulo trabalha.

Da varanda do meu quarto e pela janela do carro sempre víamos pessoas com hábitos bem diferentes das que estão no centro da cidade. Por isso, resolvemos explorar a pé essa região.
E a diferença é enorme. Lá os pequenos comércios, ou melhor, banquinhas (como os nossos camelôs) estão espalhadas por toda a rodovia. A minoria das pessoas fala português. E como o português aqui é aprendido na escola, em casa falam o nhungue, podemos deduzir que a maioria nunca entrou em uma sala de aula.


Uma pena, porque são pessoas super interessantes, curiosas e criativas.

Eramos aliens no meio de toda aquela gente. Mesmo com muitos estrangeiros na cidade, são poucos os que querem interagir com a população ou que vão conhecer a pé algum bairro pobre ou comunidade. Então, houve um estranhamento grande com nossa presença.
Encontramos homens se refrescando e tomando banho em uma parte do rio Zambeze e mulheres e crianças lavando roupas e se divertindo na outra parte. A cada hora chegava mais mulheres carregando bacias enormes no alto de suas cabeças.



As crianças viam a máquina fotográfica e ficavam loucas. Pediam para tirarmos fotos delas. E apenas pelo prazer de fazerem as poses... Era uma festa! Quando começamos a mostrar as imagens delas no visor, ai enlouqueciam de vez. Queriam mais e mais...


Mas não foi assim com todas. Algumas estavam brincando com carrinhos construídos por elas mesmas. De repente, o Paulo aponta a máquina fotográfica dele para elas. E foi como se estivessem vendo um fantasma. Sumiram no mapa. Não entendemos nada... Acreditamos elas devem ter alguma crença ruim com relação a fotografia...

Devido ao problema da linguagem, não conseguimos interagir muito. Mas o povo é muito simpático e em sua maioria, feliz! Deu pra entendermos também um pouco mais dos costumes locais como por exemplo: homem anda de mão dadas com outro homem e nunca com uma mulher; as crianças, desde pequenas, aprendem a carregar seus irmãos nas capulanas; quem faz trabalho pesado é a mulher e nunca o homem...


Quando cruzamos novamente a ponte, decidimos conhecer um restaurante que algumas pessoas nos tinham recomendado, o Pemba. Um lugar super agradável. Na margem do Zambeze. Adoramos o local! Comemos chamussas de entrada e como prato principal optamos por experimentar a especialidade da casa: leitão. Foi a primeira vez que encontramos carne de porco em um restaurante. Como boa parte da população é mulçumana e a maioria dos comerciantes também fica difícil achar esse tipo de carne por aqui.
O leitão estava médio. Mas o domingo foi maravilhoso...



6 comentários:

Unknown disse...

Vcs foram mto corajosos de comer carne de porco por ai!!!!

Renata disse...

Mas ela estava bem passada. Foi a primeira coisa que eu olhei. E tinha muita pimenta. Matava qquer coisa...

Nanda Mary Kay disse...

Gostei da expedição do outro lado da ponte!!!
Aqui.. temos uma surpresa para vc (eu , Kell e Rute) Podemos postar fotos para vc ou só por email?
Bjsss e curte tudo ai...

Rafaela disse...

[b]Tia, fiquei com muita dó dos meninos que nunca haviam visto uma máquina de tirar fotos, mais pareçe ser muito legal mesmo conheçer novas culturas.[/b]

Renata disse...

Ai, que delícia!!! MAs vc não consegue postar as fotos. Só texto. Me manda por email. Tô mega curiosa!!!
Fafinha, beijão pra vc!!!
beijo!!!

Rutinha disse...

Primocaaaa! Seu blog tá bombando...
Aqui, vc escreve super bem... acho que deveria escrever um livro sobre suas aventuras na África!rs
Tá matando a pau!
Adoroooo... saudades...