Ser mulher aqui em Tete não é fácil. Não digo por mim. Mas sim pelas moçambicanas... Imagino que eu não sobreviveria uma semana nessa rotina de trabalho pesado. Resumindo: são elas que fazem tudo! Cuidam das machambas, da casa, dos filhos, cozinham e carregam o mundo em cima de suas cabeças. Não sei como conseguem... Só não as vi levando cabrito na cabeça - essa parte fica pros homens, que o levam nas bicicletas, amarrado nas costas ou então no braço mesmo.
Os homens são um capítulo a parte. Ou têm um trabalho ou não fazem nada. E ainda colocam a mulher para andar atrás deles carregando menino, papagaio, lenha, carvão... Cultura, né?!! Fazer o quê?!!
E elas estão sempre em suas capulanas, que são panos super coloridos que servem para várias coisas: usar como saia, amarrar como lenço na cabeça, cobrir defunto, carregar doentes, transportar crianças, etc.
Me disseram que não há presente melhor para uma mulher daqui do que ganhar uma capulana. Todas têm uma história – foi dada por um pretendente, pelo marido, pelo genro quando quis namorar a sua filha, enfim... E são passadas de mãe pra filhas, como herança.
Algumas estampas também possuem significado especial. Tem umas que são usadas apenas por mulheres mais velhas, outras apenas em cerimônias, etc.
Esse final de semana comprei um mundo de capulanas. Confesso que fiquei um pouco decepcionada. O pano vem engomado e sem acabamento. Mas lá me ensinaram que basta lavar com um pouco de sal (já que desbota um pouco na primeira lavagem) que o tecido fica solto. Depois é só fazer bainha, caso queira usar como uma canga ou então soltar a criatividade. Dá pra enfeitar o sofá, emoldurar, fazer capas para almofadas, entre milhões de outras coisas.
Enfim, tem muita gente que já pode colocar a cabeça pra funcionar, pois as capulanas chegam ao Brasil no final do ano!!!
Um grande problema
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Um grande problema é que aprendemos a usar as palavras como se tivessem
vida por elas-mesmas. Quer dizer, aprendemos que o bom e o mau existem em
si-mesmo...
Há 5 anos
9 comentários:
Coitadas dessas mulheres tia .. Nossa mais que legal essas capulanas amei ..
BEIJOS FA
Ja tive uma ideia otima para colocar a minha rsrsrs. Vc bem que podia colocar uma fotinha sua by capulana. Ficaremos aguardando....
Renata, desejo lhe uma boa viagem e alegro me ouvir que vai estar de novo em Tete a partir de Janeiro. Não há duvida que é bom tempo para ausentar-se de Tete!
Eu adoptei esta tradição de comprar capulanas para a minha esposa e ela tem um montão delas.
Cumprimentos de Angonia.
Quel, a foto com a capulana vai ter que ficar pra depois. Mas tentei atender parcialmente seu pedido e o da vanessa com o Post de hoje. srsrsr
E já tô curiosa com o que vc vai fazer com a sua...
Beijão
David,
vc mora em Angonia? Me manda umas dicas dai? Qdo voltar, esse é um lugar que quero conhecer. Dizem que é bem fresco, né?
Pois é, agora eu volto pra Tete junto com as chuvas.
Abs,
Eu quero a minhaaaaa! rs
Já estamos mais de dois anos em Vila Ulongue depois de estar em Tete desde 1999. Assim é uma situação muito confortável embora pessoas dizem que já não somos missionários verdadeiros porque fugimos do inferno de Tete!
Depois de sua volta fique muito bem vinda a visitar e descansar do calor alguns dias.
EEEEi, Renata!
Raquel Marzagão! Tudo bem? Comecei a te acompanhar hoje... não sabia do blog. estou adorando!
Tb quero uma capulana. Quero demais!!!!
Beijos,
Ei Raquelita!!!
Qto tempo!!! Que bom que descobriu o blog. Assim ficamos mais próximas, nem que seja virtualmente. srrsrsr. Qto a capulana, vc terá uma sim. Se não for em dezembro será em julho. Estou levando inúmeras capulanas prometidas. Como vc não tinha falado nada até o momento... Então não vou prometer para agora. Mas pode contar que terá a sua!!
Beijão e manda um beijo pra essa galera, rsrsr(marcone),da imprensa!!!
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